Recentemente surgiu-me a oportunidade ímpar de adquirir um Mac Mini usado que um colega estava vendendo: um i7 quad core com 6GB de RAM e 500GB de HD. Fazia algum tempo que eu cogitava comprar um Mac Mini para substituir meu desktop, que mais lembrava um KingKong em meu escritório: gabinete de excelente qualidade, mas absolutamente enorme.
O Mac veio com o RedHat instalado. Esse meu amigo trabalha para a RedHat com virtualização e havia comprado-o para esse fim. Ele disse que esquecera de colocar o HD de 500GB e ficou de trazer na semana seguinte (era uma sexta feira). Assim que cheguei em casa, liguei o MAC e percebi que a interface gráfica não estava instalada. Para poder começar a testar adequadamente, instalei o Ubuntu 14.04 64 bits Desktop. A instalação fluiu de forma absolutamente tranquila, e o sistema operacional detectou todo o hardware, inclusive a interface de rede sem fio, que não funcionava com o RedHat.
Passei o fim de semana usando o pequeno e eficiente hardware: excelente aquisição.
Dia 09/06/2014
Na segunda-feira seguinte, recebi o HD de 500GB e decidi instalar o Mavericks, pois queria ter suporte fácil ao iTunes e Netflix, e começar a testar efetivamente o uso de um MAC OS. Meus pequenos problemas começaram aí...
Round 1: Criar pendrive de boot.
Acostumado com o procedimento fácil e trivial de criar pendrives de boot no Linux, fiquei perplexo com o procedimento muito mais complexo para criar um do Mavericks. Para ter uma idéia, no Ubuntu, normalmente basta baixar a imagem (ISO), abrir o "Criador de Discos de Inicialização", inserir o pendrive e clicar OK. O sistema faz o resto.
Para o MAC, segue esse tutorial. Esse outro confirma o mesmo procedimento. O processo no Linux é inegavelmente muito mais tranquilo.
Após finalizar a criação do pendrive de boot, espetei-o no Mac e iniciei. O Mavericks deu boot corretamente. Após aceitar o contrato de licença, o sistema me mostra uma tela perguntando em que disco eu quero instalar... mas não mostra qualquer disco! Que houve? Na minha personalidade acostumada com a Lei de Murphy imaginei logo que meu colega havia cometido algum erro ao conectar o HD de 500G. Desligo o Mac, abro-o, removo o HD, limpo os contatos, monto-o novamente (após uma longa luta para encaixar a pequena grade metálica que segura o HD e interface wifi). Quando tento novamente a instalação, o mesmo problema: o sistema não encontra o disco.
Para ter certeza, coloco novamente o pendrive de boot do Ubuntu, e magicamente ele reconhece o HD: estava lá, em toda a sua glória o dispositivo /dev/sda.
Antes de continuar essa saga, cabe um pequeno parágrafo de elogios: O Mac Mini é uma pequena obra de arte da engenharia, belíssimamente montada de forma a utilizar cada espaço. Além disso, o hardware consome muito pouco e a carga térmica é extremamente baixa. Inegavelmente a Apple merece os melhores elogios nesse aspecto. Para se ter uma idéia, e deleito dos leitores, segue link para um tutorial do iFixIt, que trata da instalação de um HD no Mac Mini, cheio de imagens deslumbrantes.
Mas voltemos à narrativa..
Novamente fiquei sem entender: por que o Mac não detectava o HD? Achando que eu havia cometido algum erro na criação do pedrive, recorri à instalação via rede: reboot, tecla alt (uso o teclado ABNT), conecto à wifi e inicio a instalação. Nesse caso o Mac força a instalação do Mountain Lion. Sem problemas, se der certo, atualizo para o Mavericks depois. Mas após aceitar o contrato de licença novamente deparo-me com o mesmo problema. Cadê a #$%! do disco ?!?
Tenho de dizer que é um sofrimento ser noob num sistema operacional. Eu, acostumado com as facilidades do mundo Linux, não fazia ideia que era necessário explicitamente recorrer ao utilitário de discos para fazer um particionamento prévio no disco antes de iniciar a instalação (o Linux sugere isso automaticamente). Terminei descobrindo esse detalhe por tentativa e erro. Após isso, a instalação e posterior atualização seguiu tranquilamente. Deixei o sistema atualizando, e como já era quase 2 da madrugada, fui dormir.
Continua ...
-x-x-x-
Dicas do dia:
1. Não crie pendrives de boot. Use o netinstall;
2. Sempre particione o disco antes da instalação.
Minha opinião após essa experiência: Caso não precise de algo proprietário, como iTunes ou Netflix, continue com o Linux ;)
Nos próximos capítulos: a mudança do idioma default e batalha pelo teclado ABNT.
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